
Natural de Mönchengladbach, o ex-jogador e técnico Jupp Heynckes iniciou sua carreira profissional pelo Borussia e desde então, alcançou feitos históricos, como o de maior artilheiro da história do clube e, provavelmente, o maior ídolo dos Foals, além de conquistas de grande magnitude pelo Bayern de Munique, já como técnico.
Jupp iniciou sua carreira profissional em seu clube local, o Borussia Mönchengladbach, em 1964, quando o clube ainda figurava a 2ª divisão – Bundesliga foi criada em 1963 e os Potros não estavam entre os selecionados. Em 1965, comandado pelo mestre Hennes Weisweiler, o clube conseguiu a promoção para a Bundesliga, com o jovem atacante Heynckes anotando 23 gols em 25 jogos. Alguns anos depois, ele mudaria para o Hannover, porém, alguns anos depois, retornaria ao Gladbach, para escrever sua história vitoriosa pelo clube.
O Gladbach havia acabado de conquistar seu primeiro título de liga nacional quando Jupp Heynckes retornou aos DieFohlen – o atacante anotou 19 gols em 33 partidas, assegurando, de forma inédita, a retenção de um título da liga, alcançado pelo Gladbach. O Borussia seguiria fazendo história, e foi assim ao chegar a final da Uefa Cup em 1973, tornando-se o primeiro clube alemão a alcançar a decisão – o título, no entanto, ficaria com o Liverpool, que venceu a partida de ida por 3 a 0, com direito a pênalti perdido por Heynckes, que anotaria dois gols no jogo de volta, insuficientes no placar agregado, de 3 a 2 para os ingleses. Na mesma temporada, os Foals conquistaram a DFB Pokal diante do Köln, seu maior rival.
Praticamente implacável e certamente entre as maiores equipes da Euripa naquele período, o Borussia Mönchengladbach voltaria a conquistar a Bundesliga na temporada 74-75 – e Jupp Heynckes foi artilheiro absoluto com 27 gols feitos. Além disso, os DieFohlen alcançaram sua primeira glória internacional ao superar o Twente na final da Uefa Cup, com um empate sem gols na ida – e sem Jupp Heynckes, que jogaria a volta, anotando um hat-trick no espetacular triunfo por 5 a 1, fora de casa, competição no qual o atacante também finalizou como artilheiro (10 gols). Além disso, Heynckes detém a incrível marca de 23 gols em 21 jogos pela competição, figurando no Top-10 de goleadores.
Após tantas conquistas, o técnico Hennes Weisweiler – maior da história do clube – foi para o Barcelona, dando lugar a Udo Lattek, que também viria a construir uma história extremamente vitoriosa no comando dos Foals. Sob o comando de Lattek, o Borussia conquistou mais duas edições da Bundesliga (75-76 & 76-77), chegando à marca do tricampeonato consecutivo, algo que o Bayern havia assegurado no início da década. A única glória inalcançada foi a Champions League (Copa dos Campeões), no qual o Gladbach foi superado por 3 a 1 na final de 1977, diante do Liverpool.
Na reta final de sua carreira, Heynckes ainda teve momentos mágicos, ao anotar cinco gols na fenomenal vitória do Gladbach por 12 a 0 diante do Borussia Dortmund na temporada 1977-1978, no entanto, o triunfo do Köln por 5 a 0 diante do St.Pauli foi suficiente para que os bodes se sagrassem campeões da Bundesliga, evitando a 4ª conquista consecutiva do Gladbach. Ao longo da carreira, Jupp anotou 51 gols em 64 partidas pelas competições europeias, tendo média de 0.8 gols por partida, inferior apenas a marca do compatriota Gerd Müller, com 0.89 gols por jogo. Com a camisa dos Foals, Heynckes anotou 292 gols em 407 partidas, sendo o maior artilheiro da história do clube.
Jupp Heynckes aparece como o 3º maior goleador da história da Bundesliga, com 220 gols (195 deles pelo Gladbach), atrás somente de Klaus Fischer (268) e Gerd Müller (365). Após pendurar as chuteiras, Heynckes começou a estudar para se tornar treinador, e assumiu o comando do Borussia Mönchengladbach, aos 34 anos, em Julho de 1979, e logo levou a equipe a final da Uefa Cup, todavia, sendo derrotado pelo Eintracht Frankfurt – 3 a 3 no agregado, com vantagem para os Eagles no gol como visitante.

Sem as figuras imprescindíveis e mágicas do passado, como Gunter Netzer, Allan Simonsen e o próprio Heynckes, o Gladbach não conseguiu manter o nível na liga, emplacando seguidas campanhas médias, até o 3º lugar na campanha 83-84, no qual os DieFohlen não alcançaram a salva de prata, novamente, pelo saldo de gols, dessa vez para o VfB Stuttgart. Na mesma temporada, o Borussia foi derrotado pelo Bayern de Munique na DFB Pokal – que marcava o fim da passagem de Lothar Matthäus pelo clube.
Nas duas temporadas seguintes o Borussia terminou na 4ª colocação, além de uma eliminação cruel para o Real Madrid na semifinal da Uefa Cup, após uma noite mágica na partida de ida – o treinador descreveu a derrota por 4 a 0 na volta como “a pior noite de sua carreira”. Em sua temporada final no comando dos Potros, Heynckes levou a equipe ao 3º lugar (melhor campanha do clube na Bundesliga até o mesmo 3º lugar em 2014-2015, com Lucien Favre) e a semifinal da Uefa Cup. Apesar de não ter conquistado nenhum título no comando técnico de sua equipe natal, o desempenho de Jupp rendeu o apelido de “o campeão sem um título” – foram 169 vitórias, 77 empates e 97 derrotas na primeira passagem comandando os Potros. Logo após, ele seria anunciado como novo técnico do Bayern de Munique, novamente substituindo Udo Lattek.
Foto: Divulgação/Welt
Ao longo de sua carreira, Jupp Heynckes teve como destaque os títulos conquistados no comando do Bayern de Munique – especialmente a tríplice coroa alcançada em 2012-2013. Já pelo Borussia Mönchengladbach, como jogador, foram 4x Bundesliga, uma Uefa Cup e uma DFB Pokal. Grande ídolo do clube, Heynckes ainda teve uma passagem turbulenta pelo clube em 2006, quando precisou até de proteção policial quando comanda o Borussia – deixando a equipe após uma longa sequência sem vitórias. O jogo de sua aposentadoria, por ironia do destino, seria diante do Gladbach, no Borussia-Park, em 2013 – na primeira aposentadoria.
“Esse é meu clube – onde iniciei minha carreira aos 19 anos como profissional e depois trabalhei como treinador. Mönchengladbach é minha cidade natal, passei 23 anos nesse clube, então não será uma partida normal para mim”, afirmou o treinador na época, completamente emocionado, indo as lágrimas.
Deixe um comentário